Quem sou...

Atendo sob o nome de Karussa, sou natural de São Paulo, capital.

Formada em Administração (UNIP São Paulo) e meus estudos com o Tarô iniciaram-se em meados de 1978. Sou neta de ciganos russos e iniciei meus estudos com minha avó materna.

Comecei a trabalhar com o Tarô em 1995. O uso do Tarô para mim surgiu como uma proposta de renovação em minha vida.

Trabalho com a Cruz Celta dupla, um método que me permite uma leitura mais clara e objetiva. Assim, tenho como orientar melhor os consulentes.

Além das cartas - sua filosofia e estudo - utilizo a Neurolinguistica como coadjuvante em trabalhos terapêuticos.

Gosto de mostrar ao consulente as possibilidades de resolver a situação que o perturba ou orientá-lo como evitar determinados problemas. Não penso que o Tarô pode mostrar somente o futuro, mas o vejo como uma forma de orientação em vários aspectos da vida.

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segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Os enamorados





O Arcano 6

Nesta figura o "mago" retorna. Desta vez, ele não usa o chapéu que representa o infinito. Portanto, o que lhe acontece aqui não diz respeito ao seu espírito. O cabelo claro cai solto, a cor amarela demonstra sua alta inteligência. A túnica é vermelha e verde. As cores estão invertidas na saia curta; verde do lado direito e vermelho do lado esquerdo. As cores das pernas correspondem às do peito. As mangas são amarelas.

A vestimenta significa que todo o seu ser e cada passo que ele dá são guiados pela espiritualidade, pela caridade e pela humanidade. Interiormente, também, ele está imbuído desses princípios. Sua atividade, representada pelos braços, é orientada pela razão. Ele sempre avalia cuidadosamente os prós e os contras do que está para fazer. As mãos estão cruzadas sobre o peito como se estivessem protegendo-o das influências exteriores. Os olhos estão baixos, pois ele evita olhares sugestivos que buscam penetrar seu íntimo.

Acima da cabeça ele tem uma estrela com doze pontas e dentro dela há um círculo com um anjo prestes a lançar uma flecha contra o mago. As doze pontas da estrela sugerem os doze signos do Zodíaco e, portanto, as energias criativas que organizam o mundo visível.

O jovem encontra-se na encruzilhada do caminho, de cada lado uma mulher. À direita está a Imperatriz com a coroa sobre o cabelo ondulado e a roupa azul e vermelha. À esquerda está uma mulher de cabelo preto: ela usa uma roupa amarela sob uma capa verde. O amarelo é a cor da razão, mas neste caso, o amarelo e a estreita faixa de pescoço, o cinto vermelho, bem como a flor vermelha nos cabelos são símbolos da sua fria e racional atitude calculista, que nada tem de espiritualidade e crença. Está faltando a cor azul. A capa verde simboliza a falsa aparência de cordialidade e simpatia destinada a iludir suas vítimas. Ambas as figuras tocam o "mago", elas o seduzem para segui-las.

As duas mulheres simbolizam a luta interior do homem na encruzilhada dos caminhos. Em algum ponto da vida, todos têm de escolher uma direção. É preciso optar por um dos caminhos: o da direita ou o da esquerda. O lado direito leva a uma vida virtuosa por meio de difíceis lutas que envolvem renúncias e sacrifícios, mas que ainda assim oferece alegria pura e amor verdadeiro. O lado esquerdo atrai para o sucesso fácil, sem luta, para uma vida licenciosa e pródiga, com prazeres efêmeros na gratificação dos desejos e necessidades físicas. Entretanto, esses prazeres inevitavelmente deixam um travo amargo na boca e arrastam a consciência para um nível inferior. O final dessa vida é o caos interior e a destruição da alma.

Os dois caminhos são simbolizados pelas duas figuras femininas. Contudo, isso não significa que um homem que esteja na encruzilhada tenha necessariamente de optar por uma das duas mulheres. É claro que isso pode acontecer, mas será apenas um caso entre vários, em que uma pessoa, homem ou mulher, se encontra nessa encruzilhada.

Quantas vezes ocorre de um médico, um cientista, um artista ou um comerciante, por exemplo, terem de escolher entre o sucesso fácil pelo qual, todavia, terão de se vender e desistir de sua convicção íntima; ou por uma vida árdua que, ao permitir-lhes agir segundo suas crenças, lhes nega, contudo, o sucesso mundano e o conforto material.

Muitas pessoas experimentam essa divisão de caminhos em si mesmas e sabem o que significa "vender-se ao diabo". Naturalmente, pode acontecer de o homem neste nível de consciência ter de fato de escolher entre duas mulheres - ou uma mulher entre dois homens. Ou apenas tenha de optar entre dois modos de vida.

A questão é se, tendo em vista o proveito material, um homem trai sua convicção íntima, sua voz divina interior, vendendo dessa forma o próprio Eu divino; ou se ele obstinadamente obedece à sua voz interior e segue suas convicções. Neste último caso, significa que ele faz a vontade de Deus.

Na figura o anjo está prestes a disparar a flecha contra o coração do mago. Ele sabe muito bem que o mago pode e necessariamente escolherá só o caminho certo. Pois qualquer caminho que escolher, ele escolherá o certo para si mesmo, visto que ambos os caminhos levarão ao mesmo objetivo, a Deus. Trata-se apenas de uma questão de tempo, pois o da esquerda é ligeiramente mais comprido do que o da direita. Para Deus não existe tempo.

Se o homem é inexperiente, ele escolherá e terá de escolher o caminho da esquerda, a fim de eliminar sua falta de experiência. Neste caminho da esquerda, ele compreenderá que se torna infeliz, que mergulha no caos e que destrói a alma. Ele se perde no caminho e cai da unidade, cai do Eu divino. E esta é a maior desgraça, isso é o inferno.

Então ele tem de retroceder, tem de "converter-se" e descobrir o caminho para fora desse inferno. Precisa encontrar o caminho certo: agora tem um rico acervo de experiências, portanto não corre o risco de se perder outra vez.

Depois de pensar, certa noite no palácio, no tipo de vida inútil que estava levando e em como esta poderia rebaixá-lo, Siddhartha retirou-se para meditar e encontrar Deus, tornando-se o Buda.

Portanto, no caminho da esquerda o homem precisa, mais cedo ou mais tarde, despertar. Assim, nunca mais se desviará por achar que a felicidade pode ser encontrada ali. Ele precisa encontrar o caminho correto e avançar por ele a fim de alcançar a grande meta.

Se o homem escolher o caminho da direita, sem a necessária experiência, será incapaz de resistir ao demônio sempre que este o tentar na forma de alguma tentação na vida diária. Como não tem a força da experiência, ele cai. Portanto, terá de retornar ao caminho da esquerda, a fim de fazer experiências.

Mas se o homem trouxer essas experiências de uma vida anterior, ele pode escolher, e o fará, diretamente o caminho correto. Quando ainda é inexperiente, ele escolhe, com um desvio para a esquerda, o lado direito; e quando já tem experiência, ele escolhe o lado direito, sem desvio.

O anjo que está no centro dos signos representando o papel de Sol, atira a flecha, um raio de luz para o coração do mago. Este, então, escolherá o caminho que corresponde à sua experiência, quer seja curto ou longo, direto ou indireto rumo ao objetivo, rumo a Deus.

A carta de tarô A Encruzilhada corresponde ao número 6 e à letra Vau. O número 6 resulta de dois triângulos incluídos um dentro do outro. Um dos triângulos tem a ponta voltada para cima, o outro a tem para baixo. O que está voltado para cima simboliza a Trindade Divina, o outro representa a oposição, o mundo material.

Os dois triângulos entrelaçados formam a estrela de seis pontas, que simboliza o coração humano. No coração, para o qual o anjo arremessa sua flecha, encontram-se os dois mundos, o espiritual e o terreno. O homem precisa concretizar ambos. No espírito, o celestial; e no corpo, o mundo terreno.

A letra Vau significa o olho, portanto, tudo aquilo que se relaciona com luz e divindade. O olho estabelece como que uma ponte entre o homem e o mundo exterior, pois através do olho a luz e o mundo exterior se revelam ao homem. Esta letra corresponde à sexta sephirah, Tipheret, que significa brilho e Sol, portanto, tudo o que se vê com os olhos.


Interpretação Oculta
A Lâmina 6, exotericamente, é denominada de "O Amoroso". No alfabeto hebraico está relacionada com o VAU ou VAF. Expressa a determinação dos atos como liberdade, escolha, sentimento. É a atmosfera volitiva, o voto formulado e o desejo.

O Arcano 6 é, pois, o Enamorado. É simbolizado por um jovem que se acha indeciso entre dois caminhos representados pelas duas mulheres que o ladeiam - o Caminho do Bem e do Mal, o Amor Universal e o Humano, a razão e a paixão, a vontade e a vaidade, o bom senso e a presunção.

O verdadeiro sábio é aquele que não se preocupa nem com o prazer nem com a dor, para isso procura o caminho da Liberdade.

No aspecto iniciático, o que são as provações?

Quando se inicia a ascensão dos discípulos na escala evolucional, começa a ser criada uma série de circunstâncias em torno de suas vidas, de modo que os discípulos vão sendo experimentados em seus vários ângulos. São as Provas. Com as experiências adquiridas através dessas provas, vão se aprimorando as almas humanas até se transformarem, atingindo a sublimação.

Enquanto os discípulos não passam por tais provas, constituem uma grande interrogação para seus Mestres.

O apego apresenta três naturezas: física, emotiva e mental. Logo as provas ou experimentações a que o homem é submetido também são de três naturezas. Elas se processam no consciente, no subconsciente e no supraconsciente.

A iniciação se processa em torno da vida psicológica dos discípulos, agindo no campo emocional e mental dos mesmos. A alegoria do Arcano 6 ilustra exatamente o mecanismo do ato voluntário da personalidade consciente, figurado pelo Enamorado, que é o homem.

A natureza do homem, sob certo aspecto, é dupla: uma superior, divina, e a outra inferior, animal.

Um discípulo que deseja adquirir conhecimento teosófico, visando a Iniciação, movimenta uma alta força, uma aspiração da alma em prol do seu aperfeiçoamento que, partindo do mental superior, invoca em seu auxílio a Vontade para a realização do ideal concebido.

Interpretações Adivinhatórias

Thiphereth - Beleza moral. Amor, laço unindo os seres. Esfera anímica sofrendo atrações e repulsas. Simpatias e antipatias. Afeições puras, estranhas à atração carnal.

Aspiração. Desejos, votos. Liberdade, escolha, seleção, livre arbítrio. Tentação, provação, dúvida, incerteza, irresolução, hesitação.

Sentimentalismo. Indecisão. Negócio que fica em suspenso. Promessas. Desejos não realizados.

Textos interessantes...


CICLO LUNAR OU FASES DA LUA

Márcia Mattos - Astróloga

Entre os povos antigos, o Sol e a Lua eram adorados como deuses, já que eram fontes supremas da energia que fluía para a terra. O período da Lua Nova era sagrado, pois o Deus Sol e a Deusa Lua eram um só. Envolvida pela luz do Sol, a Lua ficava carregada de seu poder vital. Na medida em que a Lua crescia, ela gradualmente refletia e distribuía a luz do Sol para a terra, marcando o período fértil e destinado ao crescimento.Na fase Cheia, a Lua se tornava igual ao Sol, liberando para a terra a sua força total de transmissão do poder do "astro-rei". Então, como que exausto de tanta atividade, ela começava a minguar. Na terra, a vitalidade decaía, esperando a renovação da fertilidade quando os dois deuses estivessem unidos outra vez. Para os antigos, os ciclos lunares acabavam por se transformar no calendário celeste. A contagem das luas se tornou o fundamento para nossa idéia atual de mês e a estrutura interna ou as fases da Lua se tornaram um fundamento da nossa idéia atual de semana. Para eles, o tempo era cíclico, estruturado em fases, e cada uma tinha determinada qualidade e características próprias, que tornava algumas atividades apropriadas para algumas fases e impróprias para outras.As fases da Lua se referem à relação entre o Sol e a Lua do ponto de vista da terra.

A Lua Nova

Inaugura um novo ciclo. É a semente do ciclo lunar que começa. O mapa astrológico levantado para a Lua Nova é a chave das influências de todo mês lunar que se aproxima. Simboliza um novo impulso ou oportunidade para crescimento. No entanto, o ciclo que se inicia não começa de um só golpe. A princípio, sente-se um alívio ou libertação das pressões do mês anterior, mas aquilo que vai ser desenvolvido durante o mês que se adianta emerge gradualmente. Nessa fase, o que se tenta desenvolver ainda não é um fato real, mas apenas uma possibilidade que precisa ser definida e alimentada nas semanas que virão. Além disso, o início do ciclo é sempre cercado de fantasmas e de assuntos inacabados dos ciclos anteriores. O signo do zodíaco onde ocorre a Lua Nova representa qualidades deste novo impulso e, ao mesmo tempo, o antídoto e as soluções para se eliminar os restos deixados pelo ciclo anterior.

O Lua crescente

Indica um crescimento (começado na Lua Nova) que pode ser impedido ou bloqueado por obstáculos o assuntos não resolvidos no passado. Idealmente, esse seria um período para vencer os obstáculos não resolvidos. É, aliás, o que deve acontecer se quisermos que toda a energia a ser liberada durante a Lua Cheia seja aproveitada. O quarto crescente nos aponta um quadro de necessidade de mudança e remanejamento. Se as dificuldades do passado não ficarem esclarecidas aqui e resolvidas ou se o crescimento for letárgico, então a iluminação oferecida durante este ciclo não será completada. Qualquer padrão que foi estabelecido neste primeiro ciclo, de crescimento ou de dificuldade, continuará a ser desenvolvido durante o resto do ciclo lunar. Aqui, o que quer que esteja sendo desenvolvido em nós ou em nossas vidas sofrerá um teste e precisará ser definido claramente e delineado em uma direção. Isto significa fazer opções entre várias possibilidades e alguns padrões habituais antigos. Há emergência, independência, atividade e comprometimento. Não é hora de fugir.

A Lua Cheia

Culminam a semente e o potencial inaugurado na Lua Nova. Se tiver sido desenvolvida uma atitude positiva de crescimento e as etapas tiverem sido superadas durante o quatro crescente, então a Lua Cheia trará a realização e a satisfação. Caso contrário, pode trazer conflitos, problemas, aparecimento de uma situação de ansiedade e até afetar a saúde física. A Lua Cheia é um transbordamento. Neste período, deve se atingir o ápice daquilo que vinha sendo desenvolvendo nas fases iniciais para melhor ou para pior, para o sucesso ou o fracasso. Se o nosso trabalho anterior tiver sido bem sucedido, então a Lua Cheia iniciará um processo de usar, ampliar, partilhar e assimilar essas experiências. Se, por outro lado, nossos esforços não tenham sido proveitosos (durante a fase crescente) as coisas não irão acontecer do jeito que esperávamos, porque tinham apenas valor temporário. A Lua Cheia pode nos estimular a abandonar essas situações, relacionamento ou coisa que eram incapazes de preencher uma função positiva em nossas vidas e se soubermos deixá-las, estaremos abrindo espaço para um crescimento futuro no próximo ciclo que se aproxima.

Lua Minguante

Se a Lua Crescente nos desafia a crescer para fora e agir de modo a realizar nossas possibilidades, a Lua Minguante nos desafia a crescer para dentro e a mudar. Qualquer coisa que não se harmoniza com este crescimento interno e essa maior compreensão de nossas experiências, deve ser deixado de lado. O momento aqui é ultra favorável a "insights". Questionando posicionamentos antigos, poderemos nos abrir para novas idéias e ideais. A última fase deste ciclo, que antecede imediatamente à Lua Nova, marca um período de transição, o período "semente" entre o ciclo que se encerra e o próximo que se anuncia. Durante este tempo, os resultados do ciclo inteiro podem ser revistos, concentrados e resumidos em sua essência para formarem um fundamento de um ciclo futuro.

Trecho da apostila "A Lua: seus múltiplos significados e atributos", da astróloga Márcia Mattos.











O PERDÃO

Não existe nada mais difícil do que o perdão. Nada. E aqui, é bom sempre deixar claro, não estou me referindo ao perdão vulgar, aquele em que a vovó passa a mão na cabeça do netinho que acabou de quebrar um caríssimo vaso de cristal ao brincar de bola dentro do apartamento. Perdão – com “p” maiúsculo.
Não sou cristão por um motivo simples: não consigo acreditar em algumas premissas básicas do cristianismo, como a divindade de Jesus e a Ressurreição. Isso não me impede de admirar o Homem de Nazaré. Até porque, como a grande maioria dos brasileiros, tive, na infância, uma educação católica.
Nos últimos dias, tenho pensado muito sobre algumas frases derradeiras de Jesus Cristo. Na cruz, por exemplo, ele pede ao Pai que perdoe as pessoas, porque elas não sabiam o que estava fazendo. Uau! Não se trata somente de uma fala de mártir e nem tampouco de perdão em estado bruto; é preciso reconhecer um bocado de orgulho na frase. Sim, porque se “eles” não sabem o que fazem é porque “eu” sei o que estão fazendo de errado. Sabedoria esta, tenho de reconhecer, própria de um Deus humano.
Sou humano, sem pretensões de me tornar Deus. Mas o perdão que sou capaz de dar, infelizmente, passa pela mesma idéia: a constatação do erro e, posteriormente, da ignorância que a ele conduz. Não é algo nobre. E dói. Ah, como dói.
Um dos problemas desta postura algo arrogante de quem perdoa porque entende é que ela nos leva a um poço fedido de desespero seco. Por uma destas coincidências que me recuso a acreditar que sejam fruto do acaso, ontem estava lendo A Arte de Se Salvar (Imago), de Nilton Bonder. Logo no início, me deparo com um interessante raciocínio que coloca Desespero e Fé em patamares semelhantes, sendo que o primeiro dá início ao Cinismo, enquanto a segunda nada mais é do que uma forma superior de Liberdade.
O perdão que, hoje, sou capaz de dar me conduz ao Cinismo. Que se manifesta até fisicamente: o silêncio, o queixo algo empinado, o olhar vazio. Quero – e tenho trabalhado para isso – poder oferecer a meus algozes, cientes disso ou não, o perdão da Fé, que é libertário.
Há momentos, sinto, em que sou tocado por este verdadeiro Dom: por um átimo, entendo que a crucificação é um fato, saibam ou não o que estão fazendo. Eu os perdôo quando desprezo o que é motivado pela ignorância. Pode parecer contraditório, até, mas o fato é que é mais fácil perdoar quando se sabe o que realmente motiva algum ato de violência. A ignorância é a mais débil das desculpas.
Mas… e quanto ao passado? Como perdoar o que se tem gravado a sangue na memória? E como perdoar sem ser tomado pelo Desespero que conduz ao Cinismo? Para mim, isto tudo ainda é um mistério. Sei que a resposta do enigma passa pela compreensão absoluta de que os homens são livres – inclusive para se magoarem. Apenas não sei, ainda, como combinar no anagrama perfeito as letras desta tal Liberdade.

http://www.polzonoff.com.br/o-perdao.htm









O GUERREIRO DA LUZ E SEUS DEMÔNIOS

O guerreiro da luz passa a acreditar que é melhor seguir a luz. Ele já traiu, mentiu, desviou-se do seu caminho, cortejou as trevas. E tudo continuou dando certo - como se nada tivesse acontecido. Mas agora ele quer mudar suas atitudes.Ao tomar esta decisão, escuta quatro comentários: "Você sempre agiu errado. Você está velho demais para mudar. Você não é bom. Você não merece".Então olha para o céu. E uma voz diz: "bem, meu caro, todo mundo já fez coisas erradas. Você está perdoado, mas não posso forçar este perdão. Decida-se".O verdadeiro guerreiro da luz aceita o perdão, e passa a tomar algumas precauções.Um novo passo em falsoComo nada muda da noite para o dia, o guerreiro dá um novo passo em falso e mergulha mais uma vez no abismo. Os fantasmas o provocam, a solidão o atormenta. Como agora tem mais consciência de seus atos, não pensava que isto fosse tornar a acontecer.Mas aconteceu. Envolto pela escuridão, ele se comunica com seu mestre."Mestre, caí de novo no abismo", diz . "As águas são fundas e escuras""Lembra-te de uma coisa", responde o mestre. "O que afoga não é o mergulho, mas o fato de permanecer debaixo d'água".E o guerreiro usa o resto de suas forças para sair da situação em que se encontra.Tendo cuidado com os comentáriosUm guerreiro sabe que as trevas utilizam uma rede invisível para espalhar seu mal. Esta rede pega qualquer informação solta no ar, e a transforma em intriga. Tudo que é dito a respeito de alguém, sempre termina chegando aos ouvidos dos inimigos desta pessoa, acrescido da carga tenebrosa de veneno e maldade.Por isso o guerreiro, quando fala das atitudes de seu irmão, imagina que ele está presente, escutando o que diz. Assim, desenvolve a arte da prudência e da dignidade.E fica cada vez mais perto da luz que entrou pela sua janela, e agora ilumina toda sua alma.

Mago Paulo Coelho emManual do Guerreiro da Luz

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